A Menina Boba


O espetáculo A Menina Boba é fruto de uma intensa pesquisa de Barbara Biscaro sobre a formação do ator contemporâneo, com enfoque na busca da expressividade da voz cantada integrada ao movimento corporal e no estudo da musicalidade como ferramenta para composição cênica. Premiado no ano de 2010 pelo Edital Elisabete Anderle como um projeto de pesquisa em voz, o espetáculo é fruto de uma parceria com o pianista Alberto Heller e o cenógrafo Roberto Gorgati.

A Menina Boba é o livro poemas publicado pela poetisa Oneyda Alvarenga no ano de 1938. Os poemas do livro deram nome à um ciclo de canções para voz e piano do compositor brasileiro Cláudio Santoro, que musicou poemas do livro de Oneyda. Tanto o livro, que foi publicado pelo Gráfica dos Tribunais (SP) com uma tiragem de 200 cópias, todas numeradas e assinadas pela autora, quanto as canções, são obras praticamente desconhecidas pelo público atual e que marcam o período modernista da arte brasileira. As canções representam uma pequena parte do repertório de canções eruditas brasileiras do século XX e o livro uma obra única de uma poetisa que abdicou de sua carreira artística para coordenar a Discoteca Municipal de São Paulo, hoje Discoteca Oneyda Alvarenga, em sua homenagem.

O ciclo de canções de Santoro data o ano de 1940 e é resultado de uma fase de experimentações do compositor dentro da linguagem da música dodecafônica. Já a obra de Oneyda, aluna, amiga e mais tarde companheira de trabalho de Mário de Andrade, é marcada pelas dificuldades de uma mulher jovem no Brasil dos anos 1930/1940 para consolidar uma carreira artística. A partir da correspondência trocada entre Oneyda e Mário, em um livro publicado pela própria Oneyda em 1983, o espetáculo tece uma dramaturgia que mostra momentos da vida de Oneyda, sua relação com Mário, seus poemas e as canções de Santoro, de forma poética e muitas vezes abstrata, apostando em imagens e sonoridades que possam contar a trajetória biográfica de Oneyda através dos sentidos.

O espetáculo, em sua primeira versão, estreou em junho de 2010, realizou apresentações no SESC Florianópolis e no festival e encontro de teatro feito por mulheres Vértice Brasil 2010, em Florianópolis, SC. Em cena estavam Barbara Biscaro e o pianista Alberto Andres Heller, executando ao vivo as canções e trabalhando com improviso, ações físicas e textos.

No ano de 2012, Barbara Biscaro cria uma nova versão do material, agora solo, dando continuidade à suas pesquisas sobre voz em cena. A nova versão estreou no VI Itajaí em Cartaz, festival de teatro na cidade de Itajaí/SC como trabalho convidado e já realizou temporadas no SESC Prainha e no Museu da Escola Catarinense, em Florianópolis.

A versão nova trabalha com a interface entre voz ao vivo e cantada em cena e mantém uma sólida conexão com a música contemporânea, executando o repertório de Santoro a capella. O novo formato da encenação também cria soluções para que o trabalho possa ser apresentado em espaços não cênicos, com uma iluminação e cenografia especial criadas por Roberto Gorgati, permitindo que o espetáculo possa ser montado em diversos tipos de espaço. Este trabalho possui também uma versão em italiano.



Informações:

Ficha Técnica:

Direção, dramaturgia e atuação: Barbara Biscaro
Cenografia e Iluminação: Roberto Gorgati
Voz em off em português: Edélcio Mostaço
 Voz em off em italiano: Massimiliano Buldrini
Tradução português-italiano: Marina Pessini

Sinopse: 
O espetáculo mistura as linguagens da música e do teatro para tecer uma dramaturgia baseada na obra da poetisa Oneyda Alvarenga e no ciclo de canções homônimo "A Menina Boba", do compositor Cláudio Santoro. Explorando a voz cantada e falada em cena, o movimento abstrato e elementos da biografia e obra poética de Oneyda, a atriz-cantora tece a biografia da poetisa, misturando elementos reais e fictícios. As canções transitam desde o universo dodecafônico criado por Santoro até as modinhas imperiais brasileiras, criando um universo sonoro da cena em constante diálogo com o formato teatral da encenação. 

Necessidades Técnicas
- 03 tomadas simples.
- 02 cadeiras.
- cadeiras para o público (todas as pessoas do público devem conseguir visualizar o chão do palco, para isso o uso de praticáveis ou acomodar as pessoas no chão pode ser necessário para que todos possam ver). Capacidade máxima de público: 80 pessoas.
Toda a iluminação é fornecida e instalada pela artista.
Tempo de montagem: 2 horas
Tempo de desmontagem: 30 minutos